Tonny Ítalo era um jovem com uma carreira reta e brilhante: era mestrando em Direito pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Professor Universitário e estava lotado no 34º Distrito Policial (DP). Em 2012, foi aluno da Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará – AESP, onde concluiu o Curso de Formação Profissional para o Cargo de Inspetor de 1ª Classe da Polícia Civil do Estado do Ceará (CFPPCCE). Em 2013, retornou para a AESP como docente do Curso de Formação Profissional para Carreira de Praças da Polícia Militar (CFPCP/PM), ministrando aulas de Direito. Além disso, foi Tutor de Ensino a Distância nos Cursos de aperfeiçoamento para Inspetor e Escrivão de Classe Especial e, como a mãe, também escritor.
O empenho dos colegas de Tonny Ítalo, inclusive dos delegados, em fazer a justiça ser cumprida conforta, mas não ameniza a enorme dor dos familiares, em especial da sua mãe que a descreveu como “imensa e dilacerante”.
No velório, centenas de companheiros de corporação, colegas de colégio, de faculdade, de trabalho, amigos e parentes foram dar o último adeus ao Tonny Ítalo e comprovar o que a Gláucia já dizia, mas que para nós, suas companheiras do FMFi, tinha um quê de curujice de mãe: “o Tonny Ítalo é muito especial”. Em seguida, sempre vinha uma lembrança da infância do seu primogênito.
Não por mera formalidade, mas como último gesto de carinho, de agradecimento, a maioria chegou ao velório ainda pela manhã e ficou até as estrelas aparecerem e se firmarem no céu, por volta das 19 horas. Todos queriam continuar perto dele. A comoção foi geral.
Até o governador Camilo Santana e o secretário de Segurança foram confortar a família e mostrar, não só para os próximos de Tonny Ítalo, mas para toda a família de policiais civis, irmanada na dor, que se importavam. E lá ouviram da Gláucia que, apesar do momento, conseguiu expressar a dor de todas as mães que perdem seus filhos por causa da violência, conseguindo também, em um momento extremo chamar a atenção para a violência que vitima nosso jovens e criticou a falência da nossa segurança . também ouviu de um policial que salário não era tudo, o que todos queriam era trabalhar com o mínimo de segurança possível. “Ele era novo demais, governador”,
A capela ficou pequena para tanta gente. Passando próximo dos grupos que se formavam, podia-se entender melhor o que a perda do companheiro representou para aqueles jovens policiais. “Tá vendo essa multidão? Não é fachada. Todo mundo tá a fim de estar aqui porque o cara era muito gente boa!”, disse um policial civil de vinte e poucos anos. Ao me aproximar de duas moças que conversavam das duas ouvi: “Ele era o mais gato e mais legal da nossa turma” (do último concurso para polícia civil).
O tom solene foi quebrado quando a Gláucia surpreendeu a todos pedindo para que os amigos do filho usassem o violão que haviam levado para homenageá-lo com música. “Meu filho era alegre demais para ser lembrado com tristeza”, disse ao mesmo tempo em que acendia dois charutos cubanos que, segundo ela, estavam guardados para comemorar a aprovação dele nos próximos dias com a divulgação do resultado do concurso para delegado, ele estava confiante .
Seguiu-se então o repertório das músicas,: Amigo, de Roberto Carlos foi a escolhida pelos amigos para homenageá-lo, Metamorfose Ambulante, do Raul Seixas , uma de suas preferidas e outras que eram lembradas aleatoriamente pelos amigos. E os cubanos foram passando de mão em mão como um verdadeiro cachimbo da paz. No final, aplausos para alguém que não passou por essa vida a toa e que certamente cumpriu muito bem a sua missão antes de retornar à casa do pai.
O lema de Tonny Ítalo era: “sempre em frente, não temos tempo a perder”, parecia intuir que sua estadia entre nós seria rápida e que havia muito a fazer e o fez da melhor forma que pode, foi uma excelente forma. Deixou uma legião de amigos saudosos.
#SomostodosTonnyÍtalo
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Tonny Ítalo Lima Pinheiro - Amor
eterno, saudade infinda.
“Sempre
em frente. Não temos tempo a perder...”
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