FMFi - Fórum de Mulheres no Fisco

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Em busca da equidade

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Grandes Mulheres e seus momentos em 2016. Retrospectiva que vale lembrar!

Mulheres inspiradoras que tornaram o ano de 2016 um pouco melhor! 

Impossível listar todas as mulheres que nos inspiraram em 2016 – logo, precisamos escolher.
Este foi o ano que nos deixou atônitas, como se mulheres incríveis brotassem consecutivamente em todos os lugares – na música, na internet, no jornalismo, no cinema, na política, nas escolas, nos realitys de culinária...
Se não fosse de um prazer orgástico, teria sido difícil acompanhar todas.
Portanto, por mais acusações (justas) que pesem contra 2016, ninguém pode lhe negar esse mérito: nós conhecemos mulheres fantásticas. As palavras mulher e poder estiveram juntas algumas vezes, e as palavras mulher e força estiveram juntas sempre.
Essa lista deveria ser quilométrica (mas ninguém teria paciência pra terminar de ler).
Não fugi à tarefa quase masoquista de listar apenas algumas – em ordem alfabética, porque em ordem de preferência já é demais.
1. Amara Moira – Em plena fogueira que se tornou a discussão em torno da prostituição – até mesmo internamente, no próprio movimento feminista – a escritora e doutoranda transexual Amara Moira lançou o livro “E se eu fosse puta?” em que conta, com uma sinceridade áspera e sob um viés no mínimo pouco visitado – o de que a prostituição deve ser debatida antes de ser demonizada – sua própria história de transição e prostituição. Corajosa, para dizer o mínimo. “E se eu fosse puta” é, aliás, uma leitura mais do que necessária.
2. Ana Júlia Ribeiro – A secundarista que protagonizou o discurso mais bonito e incisivo de 2016 tem só dezesseis anos – mas luta como mulher feita, e eu não poderia deixar de listá-la (se fizesse isso, talvez não conseguisse dormir). A estudante paranaense – que se tornou o rosto das ocupações de 2016 – deu aula de democracia aos deputados da Assembleia Legislativa do Paraná – e ao Brasil. Relembre aqui - https://www.youtube.com/watch?v=oY7DMbZ8B9Y
3. Anna Muylaert – A cineasta Anna Muylaert é a cabeça por trás do premiado “Que Horas Ela Volta”. Através da história de Val (Regina Casé), e sua filha Jéssica – com a atuação brilhante de Camila Márdila – Anna toca com sensibilidade e precisão em pontos adstringentes – e sobre os quais pesa certa urgência didática – da classe média brasileira. O filme é de 2015, mas a representatividade artística e política de Muylaert é atemporal.
4. Clara Averbuck – A escritora Clara Averbuck dialoga tão bem com esta geração que a sensação que se tem é que ela está – no auge de sua didática impecável – numa conversa amistosa com amigos chegados. Clara é uma das fundadoras do portal Lugar de Mulher e autora do romance “Toureando o Diabo” (além de muitos outros títulos) – não por acaso, a história de uma mulher e suas memórias.
5. Cynara Menezes – Idealizadora do blog Socialista Morena, que, segundo ela mesma, é um espaço virtual de ideias e notícias com viés esquerdista. Mas também de literatura, música, cinema, HQ, humor, viagens.
A jornalista formada pela Universidade Federal da Bahia já transitou por diversos veículos midiáticos, como Jornal da Bahia: Folha de S.Paulo, Estadão, revistas IstoÉ/Senhor, Veja, Vip e Carta Capital, e é atualmente colunista da revista Caros Amigos e do próprio blog: www.socialistamorena.com.br
6. Dilma Rousseff – Talvez o mérito mais notório da Presidenta Legítima – porquanto eleita democraticamente – seja o de não ter se acovardado em momento algum, mesmo pressionada e perseguida – diferente do que fizeram os golpistas. A honestidade de Dilma, em um país em que existem Geddel, Michel Temer e Eduardo Cunha (para ser sucinta nos exemplos), é digna de um prêmio. O Financial Times sabe disso, por isso premiou-a merecidamente como uma das mulheres do ano de 2016, ao lado de Beyoncè e Hilary Clinton. O Brasil lhe deve, além de um pedido de desculpas, todo respeito e admiração.
7. Djamilla Ribeiro – Filósofa, ela é uma das grandes representantes do feminismo negro da atualidade. É feminista, pesquisadora na área de Filosofia Política, colunista da Revista CartaCapital e recentemente foi nomeada secretária-adjunta da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo.
8. Elza Soares – O álbum “A Mulher do Fim do Mundo” é do final de 2015, mas, ao menos pra mim, significou o primeiro espanto positivo com o poder feminino em 2016. Além do mais, foi neste ano que Elza ganhou o Grammy Latino como melhor álbum de música popular brasileira (então tá valendo).
Além do presente que são essas músicas, sobretudo para esta geração, Elza foi a personificação da representatividade, engajada em causas como as questões de gênero e raça. “Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim” e “A carne mais barata do mercado é a negra” deveriam ser hinos, se é que não já são.
9. Emma Watson – Nem só de Hermione Granger vive Emma Watson. Além de atriz talentosíssima – ela ganhou nada menos que vinte e um prêmios durante sua carreira – Emma é Embaixadora da Boa Vontade da ONU para Mulheres, ativista feminista e agora professora da Universidade de Harvard. Como se não bastasse, recusou o espartilho no filme “A bela e a fera” – uma escolha no mínimo simbólica no que diz respeito ao enfrentamento à ditadura da beleza – e distribuiu livros feministas com dedicatória no metrô de Londres. Tradução literal do que eu quero ser quando crescer.
10. Fernanda Gentil – A talentosa apresentadora Fernanda Gentil merece o troféu quebradora de paradigmas 2016. Primeiro, respondeu com serenidade e elegância às críticas infundadas sobre o seu corpo. Depois, assumiu seu namoro com a também jornalista Priscila Montandon, resistindo invicta à onda de ataques lesbofóbicos dos quais foi vítima na internet e fora dela.
11. Gleisi Hoffmann – A senadora Gleisi Hoffmann usou seu talento oratório e seu engajamento sagaz em prol da democracia e do Brasil. Foi uma das mais combativas ao golpe no Senado. Clara e firme em seus argumentos, fez com que Cristovam Buarque confessasse – não que todos já não soubessem – a principal motivação do golpe: Os golpistas não ganhariam nas urnas.
12. Jandira Ferghali – Impossível esquecer a cena de Flávio Bolsonaro fingindo desmaio no debate da Band, após ser confrontado incansavelmente por sua oponente Jandira Ferghali. Jandira é uma daquelas mulheres de grelo duro que desmascaram – não que esta seja uma tarefa tão difícil assim – a covardia de certos homens (sexo forte?) da política brasileira. Como sendo, além de combativa, generosa e humana, Jandira – que também é médica – tentou socorrer Flávio durante o patético episódio, mas foi impedida pela falta de bom-senso de Jair Bolsonaro.
Engajada em causas sociais, é autora da Lei Complementar que cria a Contribuição Social sobre Grandes Fortunas – que claramente seria uma solução possível para o Brasil, acaso Michel Temer não houvesse, em vez disso, optado pelo congelamento de gastos por vinte anos.
13. Letícia Sabatella – Quando penso em Letícia Sabatella, me vem, primeiro, a imagem dela interpretando “Geni e o Zepelim” (e o arrepio que me dá todas as vezes em que assisto). Depois, a imagem de uma mulher serena, de tão segura – o cruzamento exato entre doçura, coragem e altruísmo. Como se não bastasse tudo o que Letícia sempre foi – talentosa, autêntica e politicamente engajada – ela preparou o elenco da peça “Haiti somos nós”. Atenção para a curva dramática: O elenco era formado por haitianos refugiados em São Paulo.
14. Lola Aronovich – Lola Aronovich é uma das mais antigas blogueiras feministas de que se tem notícias. Ela é professora da UFC, doutora em Literatura em Língua Inglesa pela UFSC e escreve desde 2008 em seu Blog “Escreva, Lola, Escreva” (http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/) sobre cinema, literatura, política, mídia, e, segundo ela própria, sobre o que mais lhe der na telha, mas também e principalmente sobre feminismo. Em 2016, foi alvo de ameaças de morte por parte de “defensores dos direitos dos homens” – sim, você leu certo – que tentaram, em vão, silenciá-la.
15. Luiza Erudina – Idade tem a ver com alma, dizem, e, se é assim, Erudina não tem os 82 anos que constam em sua carteira de identidade: O vigor é de vinte e poucos. Nenhuma retrospectiva 2016 que se preze pode esquecer dela sentando na cadeira de Eduardo Cunha – o gângster – pra impedir que o então Deputado atropelasse, não por acaso, uma votação de criação de comissões da Mulher, do Idoso, da Criança e do Adolescente, da Juventude e Minorias. Quero chegar aos 82 como ela: repetindo a plenos pulmões que “não queremos que nossas questões sejam decididas por homens”.
16. Madonna – Madonna é muito mais do que a rainha do pop: É uma figura emblemática e representativa, estética e politicamente. Ao aceitar o prêmio merecido de Mulher do Ano, ao invés de limitar-se a agradecer, falou sobre sexismo, misoginia e sua história de luta contra o abuso e a LGBTfobia.
17. Manuela D’ávila – A deputada Manuela D’ávila tem se tornado um ícone feminista na política brasileira. Ela levanta as bandeiras da diversidade sexual e do combate ao machismo – tendo criado uma cartilha que esclarece a questão dos relacionamentos abusivos – enquanto exerce o seu direito de amamentar a filha, a pequena Laura, inclusive em plenária.
18. Marcia Tiburi – Graduada em filosofia e artes, mestre e doutora em filosofia (UFRGS, 1999) e colunista da Revista Cult, Marcia publicou diversos livros de filosofia, dentre eles “Como conversar com um fascista”, sucesso de público e crítica. Ela ofereceu análises lúcidas e didáticas sobre os diversos acontecimentos políticos – quais acontecimentos, afinal, não são políticos? – do país em 2016.
19. MC Carol – Contrariando o elitismo intelectual de quem afirma que “funk não é cultura”, MC Carol nunca precisou abaixar a cabeça para os padrões da chamada boa música brasileira. Negra, gorda e periférica, ela é a própria personificação da representatividade das minorias. A funkeira, que, além dos padrões musicais, quebra também padrões estéticos e, porque não dizer, políticos, compôs a música “Delação”, um retrato cru e brasileiríssimo do cenário político do país.
20. Nana Queiroz – Diretora de redação da revista AzMina – uma das revistas feministas que mais se destacaram em 2016 e finalista do prêmio “Troféu Mulher IMPRENSA”, é autora do livro “Presos Que Menstruam”, uma narrativa tocante e urgente sobre as encarceradas brasileiras.
21. Rafaela Silva – O Brasil não esquecerá – a menos que seja muito ingrato – o nome da judoca Rafaela Silva, que trouxe o primeiro ouro para o Brasil nas Olimpíadas Rio 2016. Negra e pobre, Rafaela foi beneficiada pelo programa Bolsa Pódio, criado em 2011, durante o governo Dilma. O incentivo, somado ao talento e à perseverança inesgotáveis de Rafaela, tornaram-na exemplo de atleta e – como não deixaria de ser – de mulher.
22. Vanessa Graziottin – Ao lado de Gleisi, a também senadora Vanessa Graziottin teve um papel crucial no embate entre defensores da democracia e defensores do golpe no Senado. Em razão de sua postura, ela foi atacada e silenciada pelo também Senador Renan Calheiros – tendo respondido sempre à altura. Foi ela, também, quem inquiriu Janaína Paschoal – que deveria estar na lista de mulheres “desinspiradoras” de 2016 – levando-a a confessar ter recebido 45 mil reais do PSDB pela petição do golpe. Ver mulheres como Vanessa e Gleisi no Senado renova nossas esperanças de mais mulheres – em quantidade e qualidade – ocupando os lugares de poder no Brasil.
23. Viola Davis – A atriz Viola Davis é a primeira negra a ganhar o Emmy, mas isso não é tudo: Ao receber o prêmio, a protagonista de How to get away with murder fez um discurso inesquecível e com força política inquestionável: “Deixem-me dizer algo: a única coisa que separa as mulheres negras de qualquer outra pessoa é a oportunidade. Você não pode ganhar um Emmy por papéis que simplesmente não existem”.

Livremente inspirado em texto e matéria de Nathali Macedo - autora do livro "As Mulheres que Possuo", feminista, poetisa, aspirante a advogada e editora do portal Ingênua. 

23 mulheres inspiradoras que tornaram 2016 um ano melhor. Por Nathali Macedo

Retrospectiva 2016 que vale lembrar!
FMFi = Fórum de Mulheres no Fisco em busca da equidade e na Luta por Democracia!

Gláucia Lima, é militante social, professora, auditora e escritora. Editora do Blog Ser ¡Voz!   https://t.co/NDcvjPsBJF  Espaço que abriga todo Ser, toda Voz. 
Coordenadora do FMFi – Fórum de Mulheres no Fisco - mulheresnofisco@gmail.com  / http://forumdemulheresnofisco.blogspot.com.br/
Presidente do InsTI – Instituto Tonny Ítalo http://www.institutotonnyitalo.org/
Diretora de Educação e Cultura da Casa da Amizade Brasil/Cuba - CE

_imagem: Gláucia Lima  


domingo, 9 de outubro de 2016

OUTUBRO ROSA 2016

“O movimento popular internacionalmente conhecido como Outubro Rosa é comemorado em todo o mundo. O nome remete à cor do laço rosa () que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, empresas e entidades." siga lendo em: Outubro Rosa - Como surgiu, no Blog
Clique no link abaixo e conheça mais sobre o
OUTUBRO ROSA
Como Surgiu?
http://t.co/rUUqoBO5vH



Programa Rosa
Ações Rosas Confirmadas:

_ 22/10/2016 (sábado) pela manhã – Ação Rosa no InsTI – Instituto Tonny Ítalo

_ 26/10/2016 (quarta-feira) pela manhã – Workshop Rosa no Auditório da SEFAZ no Histórico Prédio que neste ano ganhou Iluminação Rosa, conquista de luta antiga do FMFi. Ação tem apoio: SINTAF / CAFAZ / FUNDAÇÃO SINTAF / AAFEC e SEFAZ

_ Ação Rosa com AFBNB (data e local a ser definida)


Sobre: Ação Social insTI
Evento Dia de Ação Social que ocorrerá no dia 22 de outubro de 2016 na sede do InsTI – Instituto Tonny Ítalo, contará com a participação dos alunos das Escolas locais e famílias cadastradas da Comunidade, tendo as grandes temáticas a “criança” e o Outubro Rosa com o FMFi.


Outubro Rosa e Mês da Criança no Dia da Ação Social InsTI → https://t.co/ULc8XLQxkk → Ação Social - 22/10/2016 - Instituto Tonny Ítalo – InsTI


Apoiar estas ações é prova de solidariedade e comprometimento social.
FMFi – Fórum de Mulheres no Fisco ♀Em busca da equidade e na Luta pela Democracia! ♂

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

O CEARÁ E A RESISTÊNCIA AO GOLPE DE 2016

A ideia de construção do livro O Ceará e a Resistência ao Golpe de 2016 surgiu pela necessidade de reunir, em uma coletânea especificamente cearense, textos de advogados, professores e operadores do direito, políticos, jornalistas, escritores e intelectuais, todos comprometidos com a resistência ao golpe, ainda que não necessariamente alinhados política ou partidariamente. O intuito da coletânea é de denunciar a trama em curso, bem como deixar registradas impressões sobre este momento grave da história política do país, colocando o Estado do Ceará como ativo na construção do debate político.
“Em 2016 ocorreu um golpe contra a democracia no Brasil. A Presidente da República Dilma Rousseff, eleita pelo voto popular em 2014, sofreu um processo de impeachment pelo Congresso Nacional com a conivência do Supremo Tribunal Federal sem ter cometido nenhum crime de responsabilidade. A natureza do golpe jurídico-parlamentar foi reconhecida pelo Tribunal Internacional em Defesa da Democracia. O golpe de 2016 é indiscutível. O Estado democrático de direito foi usurpado por uma aliança política espúria entre a direita mafiosa e corrupta do PMDB e a direita neoliberal ideológica representada pelo PSDB, que desde 2002, incapazes de chegarem ao governo pelo rito democrático, incorporaram a pulsão golpista que caracteriza a história da República Brasileira. Brasil é o país dos golpes contra governos progressistas.”, escreve Giovanni Alves, no prefácio do livro.
Coordenadora do FMFi - Fórum de Mulheres no Fisco, Alexandrina Mota, é uma das coautoras na coletânea
Pela organização de Marcelo Uchôa, Inocêncio Uchôa, Antônio José e Letícia Alves, compõem a coletânea grandes nomes, como: os políticos senador José Pimentel e deputado Guimarães, vereador Deodato Ramalho, operadores do direito como Élder Ximenes Filho, Martônio Mont’Alverne, professores de direito como Cynara Mariano e Felipe Braga, o psicanalista e intelectual Valton de Miranda Leitão, dentre outros, assim como entidades como Sindicato dos Comerciários de Fortaleza, FETAMCE (Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará), Central Única dos Trabalhadores do Brasil.

Compõem a coletânea:
Aderbal Freire-Filho
Alberto Perdigão
Alexandrina Mota - Coordenadora do FMFi - Fórum de Mulheres no Fisco
Ana Margarida Furtado Arruda Rosemberg
Ângela Ribeiro Uchôa
Antônio Ibiapino da Silva
Antônio José de Sousa Gomes
Carmem Sílvia Ferreira Santiago
Cynara Monteiro Mariano
Deodato Ramalho
Dilmar Santos de Miranda
Élder Ximenes Filho
Enedina Soares
Felipe Braga Albuquerque
Honório Silva
Inocêncio Rodrigues Uchôa
Jorge Bheron Rocha
José Barroso Pimentel
José Nobre Guimarães
Luiz Moreira Gomes Junior
Manoel Fonseca Dias da Fonseca Neto
Marcelo Ribeiro Uchôa
Márcio Rodrigues
Maria das Graças Costa
Martonio Mont’Alverne Barreto Lima
Miguel Braz Moreira
Movimento dos Atingidos por Barragens
Movimento Organizado dos Trabalhadores Urbanos
Odorico Nilo Menin Filho
Pe. Ermanno Allegri
Péricles Martins Moreira
Rafael Mesquita
Raimundo José Arruda Bastos
Regis Eric
Sandra Helena Souza
Sindicato dos Comerciários de Fortaleza
Tarcisa Gomes
Valdemar Menezes
Valter Pinheiro

Valton de Miranda Leitão

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Dercy Gonçalves - 109 anos - ela também sofreu violência sexual...

Dercy Gonçalves 
 *Dercy Gonçalves - 23/06/1907 - †19/07/2008. Atriz, humorista e cantora brasileira, oriunda do teatro de revista, notória por suas participações na produção cinematográfica brasileira das décadas de 1950 e 1960. Foi reconhecida pelo Guinness Book como a atriz com maior tempo de carreira na história mundial (86 anos).
Celebrada por suas entrevistas irreverentes, bom humor e emprego constante de palavras de baixo calão, foi uma das maiores expoentes do teatro de improviso no Brasil.
Dercy nasceu no Rio (Madalena) em 23 de junho de 1907, trocou seu nome de batismo, Dolores Gonçalves Costa, para tornar-se Dercy Gonçalves, uma atriz da época do teatro rebolado e das chanchadas. Dercy também passou pela TV. Ainda jovem, ela desafiou padrões da época ao fugir de casa aos 17 anos atrás de uma companhia de teatro. Começou a carreira cantando, mas depois teve problemas com a voz.

Ela trocou seu nome de batismo, Dolores Gonçalves Costa, para tornar-se Dercy Gonçalves, uma atriz da época do teatro rebolado e das chanchadas. Dercy também passou pela TV e foi uma das primeiras contratadas da TV Globo, onde estrelou os dois primeiros programas de sucesso da emissora no horário nobre.

Conhecida pela irreverência e pelos palavrões, ficou marcada por papéis na TV e no cinema onde atuou em mais de mais de 30 filmes.
Um momento marcante de sua carreira foi em 1991, quando sofreu um acidente de carro e quebrou a bacia. Tinha 84 anos e, ainda se recuperando, desfilou no Carnaval do Rio com os seios à mostra. Ela era a homenageada no enredo da Unidos da Viradouro (em 2004, voltou a ser destaque, dessa vez no carro da Salgueiro).


Alguns fados sobre ela, que também sofreu violência sexual:
Dercy se apaixonou por Eugênio Pascoal, que foi seu primeiro namorado, aos 23 anos, no papel, e 25 na vida real. Dercy dissera uma vez em entrevista que, fora enganada por seu primeiro namorado, Pascoal, que a violentou sexualmente. Dercy conta, que, na noite em que perdeu a virgindade, usava uma camisola feita de saco de arroz: "Tinha escrito no peito: Indústria Brasileira de Arroz Agulhinha, arroz de primeira", contou. Anos depois, a atriz disse que, inocente na época, não sabia o que estava acontecendo e não entendeu por que estava sangrando. Ela foi convencida a fazer sexo e não sabia que esse convencimento, mediante ameaça de término do namoro, configura-se como estupro. Após alguns anos junto com ele, por causa de ciúmes violentos do namorado, eles se separaram.
 Especializando-se na comédia e no improviso, participou do auge do Teatro de revista brasileiro, nos anos 1930 e 1940, estrelando algumas delas, como "Rei Momo na Guerra", em 1943, de autoria de Freire Júnior e Assis Valente, na companhia do empresário Walter Pinto.
Na década de 1960 iniciou sua carreira-solo. Suas apresentações, em diversos teatros brasileiros, conquistavam um público cheio de moralismos. Nesses espetáculos, gradativamente introduziu um monólogo, no qual relatava fatos autobiográficos. Paralelamente a estas apresentações, atuou em diversos filmes do gênero chanchada e comédias nacionais.
Dercy também sofreu censura:
Na televisão, chegou a ser a atriz mais bem paga da TV Excelsior em 1963, onde também conheceu o executivo José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni. Depois passou para a TV Rio e já na TV Globo, convenceu Boni a trabalhar na emissora, junto de Walter Clark. De 1966 a 1969 apresentou na TV Globo um programa de auditório de muito sucesso, Dercy de Verdade (1966-1969), que acabou saindo do ar com a intensificação da censura no país após o AI-5. No final dos anos 1980, quando a censura permitiu maior liberalismo na programação, Dercy passou a integrar corpos de jurados em programas populares, como em alguns apresentados por Silvio Santos, e até aparições em telenovelas da Rede Globo. No SBT voltou a experimentar um programa próprio que, entretanto, teve curtíssima duração.
Sua carreira foi pautada no individualismo, tendo sofrido, já idosa, um desfalque nas economias por parte de um empresário inescrupuloso — o que a fez retomar a carreira, já octogenária.
Recebeu, em 1985, o Troféu Mambembe, numa categoria criada especificamente para homenageá-la: Melhor Personagem de Teatro.
Em 1991, foi enredo ("Bravíssimo - Dercy Gonçalves, o retrato de um povo") do desfile da Unidos do Viradouro, na primeira apresentação da escola no Grupo Especial das escolas de samba do Carnaval do Rio de Janeiro. Na ocasião, Dercy causou polêmica ao desfilar, no último carro, com os seios à mostra.
Sua biografia se intitula Dercy de Cabo a Rabo (1994), e foi escrita por Maria Adelaide Amaral.
Dercy de Verdade é o título dado a minissérie sobre a vida da atriz, que também foi escrita por Maria Adelaide Amaral e direção de Jorge Fernando. A minissérie estreou no dia 10 de janeiro de 2012 e teve 4 capítulos.

Centenário:

Dercy em 2007, acompanhada pelo então
governador do Rio de Janeiro, 
Sérgio Cabral Filho, e pelo ex-presidente Lula.
No dia 23 de junho de 2007, Dercy Gonçalves completou cem anos com uma festa na Praça Coronel Braz, no centro do município de Santa Maria Madalena (sua cidade natal) na região serrana do Rio de Janeiro. Na festa, Dercy comeu bolo, levantou as pernas fazendo graça para os fotógrafos, falou palavrão e saudou o povo, que parou para acompanhar a comemoração. Embora oficialmente tenha completado cem anos, Dercy afirmava que seu pai a registrou com dois anos de atraso, logo teria completado 102 anos de idade.
Foi este também o mês em que Dercy subiu pela última vez num palco: foi na comédia teatral "Pout-PourRir" (espetáculo criado e dirigido pela dupla Afra Gomes e Leandro Goulart), onde comemorou "Cem Anos de Humor", com direito à festa, autógrafos de seu DVD biográfico e um teatro hiperlotado por um público de fãs, celebridades e jornalistas. A noite, inesquecível para quem estava presente, onde Dercy foi entrevistada por uma personagem interpretada pelo ator Luís Lobianco, ainda deixou para a história duas frases memoráveis. É perguntado à atriz se ela tem medo da morte, e Dercy, sempre de forma irreverente responde: "Não tenho medo da morte, a morte é linda... (ela repensa) ...mas a vida também é muito boa!", e no fim, após cortar o bolo com as próprias mãos e atirar nos atores, diretores e plateia, faz o público emocionar-se ainda mais, dizendo: "Eu vou sentir falta de vocês. Mas vocês também vão sentir a minha".
Dercy Gonçalves Galeria de darkbrian/Flickr/CC BY-NC-SA 2.0
Falecimento
No dia 19 de julho de 2008, Dercy, então com 101 anos de idade, foi internada durante a madrugada. A causa da morte teria sido uma complicação decorrente de uma pneumonia comunitária grave que evoluiu para uma sepse pulmonar e insuficiência respiratória.[10] O estado do Rio de Janeiro decretou luto oficial de três dias em memória à atriz.[11] Encontra-se sepultada em sua terra natal em Santa Maria Madalena. Na mesma semana, Afra Gomes e Leandro Goulart e o elenco de Pout-PourRir prestam, em cena, uma última homenagem à Dercy.

_Fontes diversas*

Foto Reprodução/Google 
Obs.: O doodle da página incial brasileira do Google fez uma homenagem, na quinta-feira (23/06/2016), à atriz e humorista Dercy Gonçalves. A data marca 109º aniversário do nascimento da artista, que morreu aos 101 anos em 20081907 (Madalena/RJ) -2008 (Rio de Janeiro/RJ).