Dercy Gonçalves |
*Dercy Gonçalves - ☆23/06/1907 - †19/07/2008. Atriz, humorista e cantora brasileira, oriunda do teatro de revista, notória
por suas participações na produção cinematográfica brasileira das décadas de 1950 e 1960. Foi reconhecida pelo Guinness Book como a atriz com maior tempo de carreira na história mundial
(86 anos).
Celebrada por suas entrevistas irreverentes, bom humor e emprego constante de palavras de baixo calão, foi uma das maiores
expoentes do teatro de improviso no Brasil.
Dercy nasceu no Rio (Madalena) em 23
de junho de 1907, trocou seu nome de batismo, Dolores Gonçalves Costa, para
tornar-se Dercy Gonçalves, uma atriz da época do teatro rebolado e das
chanchadas. Dercy também passou pela TV. Ainda jovem, ela desafiou padrões da
época ao fugir de casa aos 17 anos atrás de uma companhia de teatro. Começou a
carreira cantando, mas depois teve problemas com a voz.
Ela trocou seu
nome de batismo, Dolores Gonçalves Costa, para tornar-se Dercy Gonçalves, uma
atriz da época do teatro rebolado e das chanchadas. Dercy também passou pela TV
e foi uma das primeiras contratadas da TV Globo, onde estrelou os dois
primeiros programas de sucesso da emissora no horário nobre.
Conhecida pela irreverência e pelos palavrões, ficou marcada por papéis na TV e no cinema onde atuou em mais de mais de 30 filmes.
Conhecida pela irreverência e pelos palavrões, ficou marcada por papéis na TV e no cinema onde atuou em mais de mais de 30 filmes.
Um momento marcante de sua carreira
foi em 1991, quando sofreu um acidente de carro e quebrou a bacia. Tinha 84
anos e, ainda se recuperando, desfilou no Carnaval do Rio com os seios à
mostra. Ela era a homenageada no enredo da Unidos da Viradouro (em 2004, voltou
a ser destaque, dessa vez no carro da Salgueiro).
Alguns fados sobre ela, que também sofreu violência sexual:
Dercy se apaixonou por Eugênio Pascoal,
que foi seu primeiro namorado, aos 23 anos, no papel, e 25 na vida real. Dercy
dissera uma vez em entrevista que, fora enganada por seu primeiro namorado,
Pascoal, que a violentou sexualmente.
Dercy conta, que, na noite em que perdeu a virgindade, usava uma camisola feita
de saco de arroz: "Tinha escrito no peito: Indústria Brasileira de Arroz
Agulhinha, arroz de primeira", contou. Anos depois, a atriz disse que,
inocente na época, não sabia o que estava acontecendo e não entendeu por que
estava sangrando. Ela foi convencida a fazer sexo e não sabia que esse
convencimento, mediante ameaça de término do namoro, configura-se como estupro.
Após alguns anos junto com ele, por causa de ciúmes violentos do namorado, eles
se separaram.
Especializando-se
na comédia e no improviso, participou do auge do Teatro de
revista brasileiro,
nos anos 1930 e 1940,
estrelando algumas delas, como "Rei Momo na Guerra", em 1943, de autoria de Freire
Júnior e Assis Valente,
na companhia do empresário Walter Pinto.
Na década de
1960 iniciou sua
carreira-solo. Suas apresentações, em diversos teatros brasileiros,
conquistavam um público cheio de moralismos. Nesses espetáculos, gradativamente
introduziu um monólogo, no qual relatava fatos autobiográficos. Paralelamente a
estas apresentações, atuou em diversos filmes do gênero chanchada e comédias nacionais.
Dercy também sofreu censura:
Na televisão, chegou a ser a atriz mais bem paga da TV Excelsior em 1963, onde também conheceu o executivo José Bonifácio de Oliveira Sobrinho,
o Boni. Depois passou para a TV Rio e já na TV Globo,
convenceu Boni a trabalhar na emissora, junto de Walter Clark.
De 1966 a 1969 apresentou na TV Globo um programa de auditório de muito
sucesso, Dercy de
Verdade (1966-1969),
que acabou saindo do ar com a intensificação da censura no país após o AI-5. No final dos anos 1980,
quando a censura permitiu maior liberalismo na programação, Dercy passou a
integrar corpos de jurados em programas populares, como em alguns apresentados
por Silvio Santos,
e até aparições em telenovelas da Rede Globo.
No SBT voltou a experimentar um programa
próprio que, entretanto, teve curtíssima duração.
Sua carreira foi pautada no individualismo, tendo sofrido, já idosa, um
desfalque nas economias por parte de um empresário inescrupuloso — o que a fez
retomar a carreira, já octogenária.
Recebeu, em 1985, o Troféu Mambembe, numa categoria criada
especificamente para homenageá-la: Melhor
Personagem de Teatro.
Em 1991, foi enredo
("Bravíssimo - Dercy Gonçalves, o retrato de um povo") do desfile da Unidos do Viradouro, na primeira apresentação
da escola no Grupo Especial das escolas de samba do Carnaval do Rio de Janeiro. Na ocasião, Dercy
causou polêmica ao desfilar, no último carro, com os seios à mostra.
Sua biografia se intitula Dercy
de Cabo a Rabo (1994), e foi
escrita por Maria Adelaide Amaral.
Dercy de Verdade é o título
dado a minissérie sobre a vida da atriz, que também foi escrita por Maria
Adelaide Amaral e direção de Jorge Fernando. A minissérie estreou no
dia 10 de janeiro de 2012 e teve 4 capítulos.
Centenário:
Dercy em 2007, acompanhada pelo então governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, e pelo ex-presidente Lula. |
No dia 23 de junho de 2007, Dercy Gonçalves
completou cem anos com uma festa na Praça Coronel Braz, no centro do município
de Santa Maria Madalena (sua cidade natal) na região serrana do Rio de Janeiro.
Na festa, Dercy comeu bolo, levantou as pernas fazendo graça para os fotógrafos,
falou palavrão e saudou o povo, que parou para acompanhar a comemoração. Embora
oficialmente tenha completado cem anos, Dercy afirmava que seu pai a registrou
com dois anos de atraso, logo teria completado 102 anos de idade.
Foi este também o mês em
que Dercy subiu pela última vez num palco: foi na comédia teatral
"Pout-PourRir" (espetáculo criado e dirigido pela dupla Afra Gomes e
Leandro Goulart), onde comemorou "Cem Anos de Humor", com direito à
festa, autógrafos de seu DVD biográfico e um teatro hiperlotado por um público
de fãs, celebridades e jornalistas. A noite, inesquecível para quem estava
presente, onde Dercy foi entrevistada por uma personagem interpretada pelo ator
Luís Lobianco, ainda deixou para a história duas frases memoráveis. É
perguntado à atriz se ela tem medo da morte, e Dercy, sempre de forma
irreverente responde: "Não tenho medo da morte, a morte é linda... (ela
repensa) ...mas a vida também é muito boa!", e no fim, após cortar o bolo
com as próprias mãos e atirar nos atores, diretores e plateia, faz o público
emocionar-se ainda mais, dizendo: "Eu vou sentir falta de vocês. Mas vocês
também vão sentir a minha".
Dercy Gonçalves Galeria de
darkbrian/Flickr/CC BY-NC-SA 2.0
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Falecimento
No dia 19 de julho de 2008, Dercy, então com 101
anos de idade, foi internada durante a madrugada. A causa da morte teria
sido uma complicação decorrente de uma pneumonia comunitária
grave que evoluiu para uma sepse pulmonar e insuficiência respiratória.[10] O estado do Rio de Janeiro decretou
luto oficial de três dias em memória à atriz.[11] Encontra-se
sepultada em sua terra natal em Santa Maria Madalena. Na
mesma semana, Afra Gomes e Leandro Goulart e o elenco de Pout-PourRir prestam,
em cena, uma última homenagem à Dercy.
_Fontes diversas*
Foto Reprodução/Google |
Obs.: O doodle da página incial brasileira do Google fez uma
homenagem, na quinta-feira (23/06/2016), à atriz e humorista Dercy Gonçalves. A data
marca 109º aniversário do nascimento da artista, que morreu aos 101 anos em 2008 – 1907
(Madalena/RJ) -2008 (Rio de Janeiro/RJ).