No Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres – 25 de novembro, o FMFi – Fórum de Mulheres no Fisco publica uma série de artigos sobre a bravura de algumas Mulheres Cearenses.
No final, link para a matéria do FMFi
sobre Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres
♀TOD@S NA LUTA CONTRA A VIOLÊNCIA À MULHER!♂
Ativismo Pelo Fim Da Violência Contra A Mulher
São 16 dias de luta contra todo tipo de violência – seja física ou
emocional – e ratifica seu total apoio à dignidade da pessoa humana,
independente de sexo, idade, condição social ou raça e etnia.
Elvira Pinho
No 1º domingo (4) de Outubro Rosa, minha homenagem às mulheres cearenses. Pena que as autoridades não destacaram o legado de Elvira Pinho.
Ela nasceu em Maranguape CE em 1860,
tendo se mudado para a Capital cearense para estudar, adolescente, no colégio
de Irmãs Imaculada Conceição, onde aprendeu a tocar piano e a devoção ardorosa
à defesa dos discriminados.
Assim, ousou em liderar uma frente de mulheres combativas, ao lado de Henriqueta Galeno, Eugênia Amaral, Maria Tomásia, Francisca Cruz e Carolina Cordeiro, nascendo a Sociedade Cearense Libertadora, que priorizou o movimento abolicionista no Ceará, influenciando a antecedência do Estado, em quatro anos, na libertação dos escravos (1884), ousadia que lhe rendeu a nomeação no Conselho de Instrução Pública. Parte do salário distribuía com os pobres.
“Escandalizou” a sociedade fortalezense ao liderar a passeata das donas-de-casa contra o “assalto ao bolso do povo”, ou seja, contra a carestia. Era comentário nas praças e cafés do Centro como uma mulher corajosa e ousada.
Foi professora e diretora da Escola Normal, ensinando música gratuitamente em sua residência. Na sua última passeata, em 1946, ainda combatendo os governos mal geridos, contava com 86 anos. Pouco mais de um mês após falecia, em 27/8/1946.
No meio dos discursos emocionados, no cemitério São João Batista, uma ex-escrava abriu caminho até o túmulo, onde depositou uma braçada de papoula. No dia posterior ao seu enterro, bancado pelo Estado, o jornal O Povo comunicou: “Fortaleza assistiu a um dos maiores enterros de sua vida: o dessa mulher extraordinária que se chamou Elvira Pinho, e cujo nome a história guardará para sempre”.
Anexo, fabulosa matéria de Angela Barros Leal (O Povo,31/08/1998), notável historiadora, que escrevia “A História do Ceará Passa Por Esta Rua”. A Rua Elvira Pinho se localiza no Montese.
Assim, ousou em liderar uma frente de mulheres combativas, ao lado de Henriqueta Galeno, Eugênia Amaral, Maria Tomásia, Francisca Cruz e Carolina Cordeiro, nascendo a Sociedade Cearense Libertadora, que priorizou o movimento abolicionista no Ceará, influenciando a antecedência do Estado, em quatro anos, na libertação dos escravos (1884), ousadia que lhe rendeu a nomeação no Conselho de Instrução Pública. Parte do salário distribuía com os pobres.
“Escandalizou” a sociedade fortalezense ao liderar a passeata das donas-de-casa contra o “assalto ao bolso do povo”, ou seja, contra a carestia. Era comentário nas praças e cafés do Centro como uma mulher corajosa e ousada.
Foi professora e diretora da Escola Normal, ensinando música gratuitamente em sua residência. Na sua última passeata, em 1946, ainda combatendo os governos mal geridos, contava com 86 anos. Pouco mais de um mês após falecia, em 27/8/1946.
No meio dos discursos emocionados, no cemitério São João Batista, uma ex-escrava abriu caminho até o túmulo, onde depositou uma braçada de papoula. No dia posterior ao seu enterro, bancado pelo Estado, o jornal O Povo comunicou: “Fortaleza assistiu a um dos maiores enterros de sua vida: o dessa mulher extraordinária que se chamou Elvira Pinho, e cujo nome a história guardará para sempre”.
Anexo, fabulosa matéria de Angela Barros Leal (O Povo,31/08/1998), notável historiadora, que escrevia “A História do Ceará Passa Por Esta Rua”. A Rua Elvira Pinho se localiza no Montese.
Aída
Balaio
2º domingo 11 de outubro Aída Balaio
No
segundo domingo (11) de Outubro Rosa homenageamos Aída Balaio, a flor do
Mucuripe.
Quando o jovem ator e diretor americano Orson Welles (falecido em 10/10/1985) esteve em Fortaleza em 1942 teve muitas dificuldades de comunicação. Montou às pressas a equipe do filme “It’s All True” (“Quatro Homens e uma Jangada”), uma homenagem a Mestre Jacaré e seus três colegas, que, de jangada, foram ter, no Rio de Janeiro, com o Presidente Getúlio Vargas, ao qual solicitaram o reconhecimento da profissão de jangadeiro. E para tal contou com a ajuda de uma cearense, ainda que na língua francesa.
Aída Santos e Silva, conhecida por Balaio, foi alfabetizadora de carentes, filhos de pescadores do bairro do Mucuripe, onde chegou em 1905, com quinze anos, criando fama de educadora exemplar. Ao mesmo tempo líder comunitária e orientadora da Confraria N. Sra de Fátima e casa paroquial de Nossa Senhora da Saúde, cujo pároco que a cativou se chamava Pe. Zé Nilson, bem mais novo que ela. Nos festejos tocava harmônica e cantava, sendo presença imprescindível.
O “Balaio” veio do pai, Francisco, que lutou na Revolta da Balaiada, no Maranhão, uma vez que os pobres eram humilhados pelo poder das elites, que prendiam os que se posicionavam contra o domínio do conservadorismo. Depois o “Balaio” foi incorporado ao nome da família.
Aprendeu francês no Colégio da Imaculada Conceição, que até hoje adota aquele idioma como disciplina obrigatória. Teria conversado bastante com Orson, participado das montagens, elenco, e peça fundamental nas gravações do filme. No meio dele, a equipe viajou ao Rio de Janeiro, onde Welles teria excedido nas farras, torrando parte do orçamento, fato que levou a RKO Pictures a negar novo aporte financeiro. Rolos de fitas teriam caído no mar, pondo fim às gravações. Em 1992, porém, o filme incompleto foi restaurado.
Faleceu em 19 de janeiro de 1970 aos 80 anos, deixando filhos e mais de 350 afilhados. A rua que leva seu nome não poderia se localizar noutro lugar senão no Mucuripe, no morro, onde a Unidade de Saúde Básica também a homenageia. Aída Balaio, a Madrinha do Mucuripe, mais uma grande fortalezense que merece a nossa lembrança.
Quando o jovem ator e diretor americano Orson Welles (falecido em 10/10/1985) esteve em Fortaleza em 1942 teve muitas dificuldades de comunicação. Montou às pressas a equipe do filme “It’s All True” (“Quatro Homens e uma Jangada”), uma homenagem a Mestre Jacaré e seus três colegas, que, de jangada, foram ter, no Rio de Janeiro, com o Presidente Getúlio Vargas, ao qual solicitaram o reconhecimento da profissão de jangadeiro. E para tal contou com a ajuda de uma cearense, ainda que na língua francesa.
Aída Santos e Silva, conhecida por Balaio, foi alfabetizadora de carentes, filhos de pescadores do bairro do Mucuripe, onde chegou em 1905, com quinze anos, criando fama de educadora exemplar. Ao mesmo tempo líder comunitária e orientadora da Confraria N. Sra de Fátima e casa paroquial de Nossa Senhora da Saúde, cujo pároco que a cativou se chamava Pe. Zé Nilson, bem mais novo que ela. Nos festejos tocava harmônica e cantava, sendo presença imprescindível.
O “Balaio” veio do pai, Francisco, que lutou na Revolta da Balaiada, no Maranhão, uma vez que os pobres eram humilhados pelo poder das elites, que prendiam os que se posicionavam contra o domínio do conservadorismo. Depois o “Balaio” foi incorporado ao nome da família.
Aprendeu francês no Colégio da Imaculada Conceição, que até hoje adota aquele idioma como disciplina obrigatória. Teria conversado bastante com Orson, participado das montagens, elenco, e peça fundamental nas gravações do filme. No meio dele, a equipe viajou ao Rio de Janeiro, onde Welles teria excedido nas farras, torrando parte do orçamento, fato que levou a RKO Pictures a negar novo aporte financeiro. Rolos de fitas teriam caído no mar, pondo fim às gravações. Em 1992, porém, o filme incompleto foi restaurado.
Faleceu em 19 de janeiro de 1970 aos 80 anos, deixando filhos e mais de 350 afilhados. A rua que leva seu nome não poderia se localizar noutro lugar senão no Mucuripe, no morro, onde a Unidade de Saúde Básica também a homenageia. Aída Balaio, a Madrinha do Mucuripe, mais uma grande fortalezense que merece a nossa lembrança.
Adísia Sá
Pequena no Tamanho, Grande em Sabedoria... Adísia Sá
3º domingo (18) de Outubro Rosa, nossa
homenagem à filósofa, jornalista, professora, escritora e radialista
Adísia Sá, personalidade cearense que completará 86 anos no dia 7 de
novembro, orgulhosa por ser a presidente as Associação Cearense de Imprensa.
Conheci essa flor nos Anos 80, através dos seus artigos no Jornal O Povo, sempre com parágrafos curtos para não cansar o leitor, e da sua voz rouca e cativante na Radio AM do Povo, especialmente nos Debates do Povo, apresentado pelo Professor Carlos D’Alge.
Primeira mulher jornalista do Ceará (1955, na Gazeta de Notícias) e ombudsman de jornal (1993), repórter policial de rádio, professora universitária, idealizadora do curso de Jornalismo da UFC, lembro-me quando doou seus livros para a biblioteca do Centro de Humanidades da UECE, recordando, emocionada, embora lá não tenha lecionado, de quando chegou à capital cearense, em 1932, da pequena Cariré, fixando-se na rua dos jornais. Senador Pompeu.
Vão-se 80 anos de trabalho, pois com seis ajudava Dona Mimosa, sua mãe, labutando. Adiante, eis no Grupo O Povo de Comunicação, sua mais antiga funcionária, só perdendo para seu colega José Raymundo Costa, falecido. Pesquisadora, a Professora Adísia publicou os seguintes livros:
Conheci essa flor nos Anos 80, através dos seus artigos no Jornal O Povo, sempre com parágrafos curtos para não cansar o leitor, e da sua voz rouca e cativante na Radio AM do Povo, especialmente nos Debates do Povo, apresentado pelo Professor Carlos D’Alge.
Primeira mulher jornalista do Ceará (1955, na Gazeta de Notícias) e ombudsman de jornal (1993), repórter policial de rádio, professora universitária, idealizadora do curso de Jornalismo da UFC, lembro-me quando doou seus livros para a biblioteca do Centro de Humanidades da UECE, recordando, emocionada, embora lá não tenha lecionado, de quando chegou à capital cearense, em 1932, da pequena Cariré, fixando-se na rua dos jornais. Senador Pompeu.
Vão-se 80 anos de trabalho, pois com seis ajudava Dona Mimosa, sua mãe, labutando. Adiante, eis no Grupo O Povo de Comunicação, sua mais antiga funcionária, só perdendo para seu colega José Raymundo Costa, falecido. Pesquisadora, a Professora Adísia publicou os seguintes livros:
Biografia de um Sindicato
Capitu conta Capitu
Clube dos Ingênuos
Em busca de Iracema
Ensino de Filosofia no Ceará (coordenadora)
Ensino de Jornalismo no Ceará
Fenômeno Metafísico
Fundamentos Científicos da Comunicação (coordenadora)
Introdução à Filosofia
Metafísica para quê?
O Jornalista Brasileiro (arquivo abaixo. O Povo, 10/09/1985, destacando a luta pela criação da Federação Nacional de Jornalismo e a influência dos partidos políticos)
Ombudsmen/Ouvidores: Transparência, Mediação e Cidadania (coletânea de textos sobre o assunto)
Traços de União
Capitu conta Capitu
Clube dos Ingênuos
Em busca de Iracema
Ensino de Filosofia no Ceará (coordenadora)
Ensino de Jornalismo no Ceará
Fenômeno Metafísico
Fundamentos Científicos da Comunicação (coordenadora)
Introdução à Filosofia
Metafísica para quê?
O Jornalista Brasileiro (arquivo abaixo. O Povo, 10/09/1985, destacando a luta pela criação da Federação Nacional de Jornalismo e a influência dos partidos políticos)
Ombudsmen/Ouvidores: Transparência, Mediação e Cidadania (coletânea de textos sobre o assunto)
Traços de União
Bom dia Professora, provavelmente lendo
um livro na varanda do seu apartamento no Papicu. Obrigado por estar entre nós.
Amélia Benebien
Doutora Amélia Benebien, a quem homenageamos neste penúltimo sábado (24)
de Outubro Rosa.
Como boa parte dos vizinhos, seus pais
deixaram Exu PE e foram morar no Crato CE, na época a mais progressista cidade
de todo o Cariri. Ali nasceu, em 6 de janeiro de 1860, Amélia Benebien (depois
Perouse, sobrenome do esposo, médico francês), filha de coronel, parente de Pe.
Cícero, afeita aos estudos.
Dez anos antes da Proclamação da República, um decreto permitiu às mulheres brasileiras estudarem nas Escolas de Medicina. Quando soube, suplicou aos pais para iniciar o curso na Escola de Cirurgia do Hospital Real da Cidade da Bahia, cuja Faculdade de Medicina fora criada em 1808.
E num lombo de cavalo, aos 25 anos, acompanhada de dois escravos, partiu para Salvador, cortando de balsa o majestoso Rio São Francisco. Enfrentou o preconceito por ser mulher, cearense, num curso frequentado por filhos de abastados, brancos de todo o NE, e para tal conviveu com seus cabelos curtos, machista, até a formatura em 1889 sem repetir uma cadeira.
Dez anos antes da Proclamação da República, um decreto permitiu às mulheres brasileiras estudarem nas Escolas de Medicina. Quando soube, suplicou aos pais para iniciar o curso na Escola de Cirurgia do Hospital Real da Cidade da Bahia, cuja Faculdade de Medicina fora criada em 1808.
E num lombo de cavalo, aos 25 anos, acompanhada de dois escravos, partiu para Salvador, cortando de balsa o majestoso Rio São Francisco. Enfrentou o preconceito por ser mulher, cearense, num curso frequentado por filhos de abastados, brancos de todo o NE, e para tal conviveu com seus cabelos curtos, machista, até a formatura em 1889 sem repetir uma cadeira.
Valeu a pena: primeira médica nordestina e a 14° do País. Faleceu em 1953 aos 93 anos. Conclui-se que soube se cuidar.Resumo da matéria de Ângela Barros Leal (O Povo, 22/11/ 1988), sempre magnífica (“A História do Ceará Passa Por Esta Rua”). A Rua Amélia Benebien se localiza, em Fortaleza, no bairro do Papicu.
Bárbara de Alencar
1ª Mulher Revolucionária e 1ª prisioneira política do Brasil
Neste último dia (31) de Outubro Rosa 2015, vamos homenagear uma mulher
que não nasceu nem morreu no Ceará, mas foi a maior das cearenses.
No dia 3 de maio de 1817, durante a
missa celebrada pelo Pe. Vicente da Silva Pereira, uma mulher, vestida de
negro, com um rosário azul às mãos, estava sentada na Igreja Matriz da Real
Vila da Penha do Crato (CE) ao lado dos filhos Carlos (Padre), João e Tristão
Gonçalves. Curiosa, pergunta: “Não estou vendo o José Martiniano”. Carlos a
tranquiliza: “Ele deverá aparecer durante o sermão”.
Logo após a leitura do Evangelho, aparece, de súbito, o diácono José Martiniano de Alencar, de batina preta, iniciando um sermão aos olhos atônitos dos que lhe escutam. Num ritmo eloquente e inflamado, discorre sobre as dificuldades por que passa a família brasileira, sobrecarregada pelos impostos cobrados pela Coroa Portuguesa, no Ceará agravadas pelas secas periódicas. O tom do discurso surpreende pela firmeza do sentimento de patriotismo, contagiando a todos que o ouvem.
Então, comunica a sua nomeação como representante no Estado do Governo Provisório Republicano instalado em Pernambuco em 6 de março último. O povo, entusiasmado, o aplaude, dirigindo-se o olhar à sua mãe, orgulhosa. Martiniano, inflamado, conclui, apontando em direção ao vizinho Pernambuco: “Os nossos compatriotas já combatem nas ruas. Que o sangue derramado dos nossos heróis seja o esteio da revolução em busca da liberdade!” E assim, diante de explosões de fogos e tiros de bacamartes, além dos aplausos do povo, a família Alencar se dirige à Câmara Municipal, onde o diácono lê o manifesto sob aplausos dos presentes. Destitui-se os cargos dos monarquistas, nomeando-se, imediatamente, os seus substitutos, surgindo uma nova forma jurídica do governo recém-instalado, a República do Crato.
Na Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Cobrobó (hoje Exú, PE), nasceu, em 11 de fevereiro de 1760, Bárbara Pereira de Alencar, filha de Joachim Pereira de Alencar e de Theodora Rodrigues da Conceição, tendo seu irmão, Leonel Pereira de Alencar, proprietário do sítio Cabeça do Negro, em Santo Antônio da Barra do Jardim (hoje Jardim CE), lhe educado na ausência dos pais na adolescência, partindo para a Vila do Crato, onde a família se abrigou em uma casa antiga nas proximidades da Igreja da Matriz de N. Sra da Penha. Com 22 anos casou-se com o capitão e comerciante português (de Aroma) José Gonçalves dos Santos, indo morar no Sítio Pau Seco, onde teve os filhos citados (além de Joaquina), e com eles desenvolveu os ideais revolucionários contra o absolutismo de Dom Pedro I, já na viuvez jovial.
A República do Crato, porém, só durou uma semana, após a traição daquele que a família mais contava com o apoio, o capitão-mor Pereira Filgueiras, de Barbalha. Presa, Dona Bárbara partiu de forma humilhante, após tentativa de fuga por Barbalha. Do Crato para Fortaleza, passando por Icó, Limoeiro do Norte, Russas e Aracati, onde a população saia às ruas para ver aquela mulher imponente, acorrentada, chamada de “subversiva”. Na Capital cearense, foi jogada num cubículo do Forte de Nossa Senhora da Assunção (foto), um espaço tão pequeno que a fez gritar de agonia por dias. E a dor da prisão a perseguiu durante quase quatro anos, passando por Recife e Salvador, salva pelo ato de anistia geral em 1820, assinado em Portugal.
Sem se intimidar, eis a nossa heroína em Pernambuco militando na Confederação do Equador, cujo Presidente era seu filho Tristão Gonçalves, revolta que objetivava a independência do Nordeste, mantendo oposição obstinada à monarquia. Tristão acabou falecendo durante emboscada quando atravessava o leito seco do Rio Jaguaribe.
Barbara de Alencar, a primeira mulher brasileira a proclamar, concretamente, num movimento revolucionário, o ideal da independência política do Brasil e do regime republicano, e a sofrer, por isso, calabouço e processo de confisco de bens. Sempre ativista, passou a peregrinar pelo Nordeste, falecendo em 18 de agosto de 1832 na fazenda Alecrim, em Fronteiras, no Piauí, mas sepultada em Campos Sales, no Ceará.
Em 1994, o então prefeito de Fortaleza, Juraci Magalhães, durante evento do Dia
Internacional da Mulher contratou Zenon Barreto para construir o busto da
heroína (foto), que se encontra na praça da Medianeira, na Av. Heráclito Graça.
O detalhe é que, como ela não deixou registros fotográficos, o artista se
baseou em estudos no Instituto Histórico do Ceará. Da mesma forma, o pintor
Oscar Araripe a retratou em 2009. No Crato, foi criado, em 2005, o Centro
Cultural Bárbara de Alencar, no qual, nos dias 11 de fevereiro, três mulheres
são agraciadas com prêmios em sua graça. O Centro Administrativo do Governo do
Ceará leva o nome de Bárbara de Alencar, em Fortaleza, onde o Instituto Bárbara
de Alencar se localiza na Av. do Imperador, 1649, no bairro da cultura,
Benfica. Teve o seu nome inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, pela Lei
13.056 de 22 de dezembro de 2014, depositado no Panteão da Pátria e da
Liberdade Tancredo Neves, em Brasília.Logo após a leitura do Evangelho, aparece, de súbito, o diácono José Martiniano de Alencar, de batina preta, iniciando um sermão aos olhos atônitos dos que lhe escutam. Num ritmo eloquente e inflamado, discorre sobre as dificuldades por que passa a família brasileira, sobrecarregada pelos impostos cobrados pela Coroa Portuguesa, no Ceará agravadas pelas secas periódicas. O tom do discurso surpreende pela firmeza do sentimento de patriotismo, contagiando a todos que o ouvem.
Então, comunica a sua nomeação como representante no Estado do Governo Provisório Republicano instalado em Pernambuco em 6 de março último. O povo, entusiasmado, o aplaude, dirigindo-se o olhar à sua mãe, orgulhosa. Martiniano, inflamado, conclui, apontando em direção ao vizinho Pernambuco: “Os nossos compatriotas já combatem nas ruas. Que o sangue derramado dos nossos heróis seja o esteio da revolução em busca da liberdade!” E assim, diante de explosões de fogos e tiros de bacamartes, além dos aplausos do povo, a família Alencar se dirige à Câmara Municipal, onde o diácono lê o manifesto sob aplausos dos presentes. Destitui-se os cargos dos monarquistas, nomeando-se, imediatamente, os seus substitutos, surgindo uma nova forma jurídica do governo recém-instalado, a República do Crato.
Na Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Cobrobó (hoje Exú, PE), nasceu, em 11 de fevereiro de 1760, Bárbara Pereira de Alencar, filha de Joachim Pereira de Alencar e de Theodora Rodrigues da Conceição, tendo seu irmão, Leonel Pereira de Alencar, proprietário do sítio Cabeça do Negro, em Santo Antônio da Barra do Jardim (hoje Jardim CE), lhe educado na ausência dos pais na adolescência, partindo para a Vila do Crato, onde a família se abrigou em uma casa antiga nas proximidades da Igreja da Matriz de N. Sra da Penha. Com 22 anos casou-se com o capitão e comerciante português (de Aroma) José Gonçalves dos Santos, indo morar no Sítio Pau Seco, onde teve os filhos citados (além de Joaquina), e com eles desenvolveu os ideais revolucionários contra o absolutismo de Dom Pedro I, já na viuvez jovial.
A República do Crato, porém, só durou uma semana, após a traição daquele que a família mais contava com o apoio, o capitão-mor Pereira Filgueiras, de Barbalha. Presa, Dona Bárbara partiu de forma humilhante, após tentativa de fuga por Barbalha. Do Crato para Fortaleza, passando por Icó, Limoeiro do Norte, Russas e Aracati, onde a população saia às ruas para ver aquela mulher imponente, acorrentada, chamada de “subversiva”. Na Capital cearense, foi jogada num cubículo do Forte de Nossa Senhora da Assunção (foto), um espaço tão pequeno que a fez gritar de agonia por dias. E a dor da prisão a perseguiu durante quase quatro anos, passando por Recife e Salvador, salva pelo ato de anistia geral em 1820, assinado em Portugal.
Sem se intimidar, eis a nossa heroína em Pernambuco militando na Confederação do Equador, cujo Presidente era seu filho Tristão Gonçalves, revolta que objetivava a independência do Nordeste, mantendo oposição obstinada à monarquia. Tristão acabou falecendo durante emboscada quando atravessava o leito seco do Rio Jaguaribe.
Barbara de Alencar, a primeira mulher brasileira a proclamar, concretamente, num movimento revolucionário, o ideal da independência política do Brasil e do regime republicano, e a sofrer, por isso, calabouço e processo de confisco de bens. Sempre ativista, passou a peregrinar pelo Nordeste, falecendo em 18 de agosto de 1832 na fazenda Alecrim, em Fronteiras, no Piauí, mas sepultada em Campos Sales, no Ceará.
Fontes de pesquisas: “Barbara de Alencar – A Guerreira do Brasil (Roberto Gaspar); Ser ¡Voz!
HEROÍNA NACIONAL - 1ª Mulher Revolucionária e 1ª ...HEROÍNA NACIONAL - 1ª Mulher Revolucionária e 1ª prisioneira política do Brasil
glaucialimavoz.blogspot.com.br/2013/10/barbara-de-alencar (Gláucia Lima).
Canção de Ednardo para Bárbara:
https://www.youtube.com/watch?v=B67dlCgahTcDia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres – 25 de novembro
Fórum de Mulheres no Fisco - FMFi
♀TOD@S NA LUTA CONTRA A VIOLÊNCIA À
MULHER!♂
Ativismo Pelo Fim Da Violência Contra A Mulher
São 16 dias de luta contra todo tipo de violência –
seja física ou emocional – e ratifica seu total apoio à dignidade da pessoa
humana, independente de sexo, idade, condição social ou raça e etnia.
“Certa vez um bibliotecário, curioso
diante de costumeiras pesquisas sobre História do Ceará, fez-me uma pergunta
cuja resposta não demorou: “O Senhor é Professor de História?” “Não. Ensinei
Matemática, Física e Português; na Faculdade, debrucei-me com Ciências
Contábeis e Filosofia, e a profissão não gosto de rotular bancária. Mas o que
gosto mesmo é de História”. O pensador não tem uma profissão senão ler,
praticar a arte da informação, de ser um eterno estudante, para aprofundar seus
conhecimentos e revelá-los.” Lucas Jr.